A FAO declarou 2014 como o Ano Internacional da Agricultura
Familiar, que pretende aumentar a visibilidade da agricultura familiar e dos
pequenos agricultores, focalizando a atenção mundial para o seu importante
papel na erradicação da fome e pobreza, provisão de segurança alimentar e
nutricional, melhoria dos meios de subsistência, gestão dos recursos naturais,
proteção do meio ambiente e para o desenvolvimento sustentável, particularmente
nas áreas rurais.
O objetivo do AIAF 2014 é reposicionar a agricultura
familiar no centro das políticas agrícolas, ambientais e sociais nas agendas
nacionais, identificando lacunas e oportunidades para promover uma mudança rumo
a um desenvolvimento mais equitativo e equilibrado. O AIAF 2014 vai promover uma ampla discussão
e cooperação no âmbito nacional, regional e global para aumentar a
conscientização e entendimento dos desafios que os pequenos agricultores
enfrentam e ajudar a identificar maneiras eficientes de apoiar os agricultores
familiares.
Por que é importante
a agricultura familiar?
A
agricultura familiar e de pequena escala estão intimamente vinculados à
segurança alimentar mundial. A agricultura familiar preserva os alimentos
tradicionais, além de contribuir para uma alimentação balanceada, para a
proteção da agrobiodiversidade e para o uso sustentável dos recursos naturais.
A
agricultura familiar representa uma oportunidade para impulsionar as economias
locais, especialmente quando combinada com políticas específicas destinadas a
promover a proteção social e o bem-estar das comunidades.
A agricultura
familiar em Portugal
A estrutura familiar do produtor assegura 80% de toda a mão
de obra agrícola existente em Portugal, segundo o INE. O universo da população agrícola familiar (o
produtor e o seu agregado doméstico) envolve em Portugal 790 mil pessoas, 80%
da mão de obra total ao serviço da agricultura. Pode ser um número
significativo, mas são menos 445 mil indivíduos do que em 1999. Mesmo com o
declínio, o país ainda está acima da média da União Europeia, onde o peso desta
força laboral é de 77%.
O próprio Ministério da tutela partilha a ideia de que a
agricultura familiar está relacionada com a pequena e muito pequena
agricultura, que no seu conjunto representam 91% das explorações em Portugal,
embora salvaguarde que a agricultura de família não tem
"necessariamente" de ser "de pequena dimensão económica".
Em Portugal, o Ministério da Agricultura indica haver
"novos instrumentos de política", no âmbito da PAC até 2014-20, que
poderão "melhorar" a componente familiar. Nesse contexto, os apoios
em perspetiva visam, segundo os exemplos citados pelo Ministério, o investimento
em infraestruturas agrícolas; os jovens agricultores; a inovação; as
organizações de produtores; e a manutenção da atividade agrícola em zonas
desfavorecidas.
Fonte: FAO e Dinheiro Vivo